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Preencha o nome e email para quem você deseja compartilharÉ de conhecimento geral os danos incalculáveis causados pela pandemia
de Covid-19 no cotidiano da vida de todos, na saúde e, não menos importante, na
economia. O setor de serviços e indústrias foram os segmentos mais afetados
pela pandemia. Em 2020, de acordo com o IBGE, o Produto Interno Bruto da
indústria encolheu 3,5%. O contexto deste primeiro trimestre de 2021 é similar
ao vivenciado em 2020, porém, para a indústria de componentes para calçados,
especialmente, há uma diferença substancial que trata sobre a pressão nos
preços de insumos e matérias-primas derivadas do petróleo.
Há uma conjuntura que tem afetado a oferta dos insumos, dado que a
indústria acompanha com cautela os desdobramentos da pandemia; a taxa de câmbio
desvalorizada tem pressionado os preços de insumos que não possuem produção
nacional; a variação nos preços internacionais de commodities e petróleo e uma
crise econômica que assola diferentes países, entre eles, o Brasil, afetaram a
dinâmica de oferta e demanda destes insumos; aumento exponencial de fretes
internacionais, especialmente os originários na Ásia (container da China subiu
de $2.500 pré-pandemia para mais de $10.000); e, mais recentemente, os efeitos de
causas naturais nos Estados Unidos interromperam o fornecimento de
matéria-prima, especificamente nas refinarias do Texas. Todos estes fatores têm
gerado uma sequência de reajustes nos preços praticados pelo mercado, redução
de oferta destes e uma eminente possibilidade de desabastecimento.
Em consulta realizada aos diferentes segmentos abrangidos pela ASSINTECAL identificamos aumentos mensais de insumos indispensáveis a produção de componentes e seus correlatos aplicados na cadeia produtiva. Assim como tem-se observado em outras cadeias produtivas, os segmentos de componentes tem recebido os reajustes de preços sem margens de negociação.
Cita-se, como
exemplo, o TPU a base de caprolactama com aumento de 100% no preço, matéria-prima
e embalagens de ondulados com crescimento de 106% e 45%, respectivamente, poliol
com aumento de 100%, acetona em 134%, EVA em 77%, MDI em 36%, SBS em 40%,
Resina de PVC-S (suspensão, utilizado em solados) em 140% e PVC-E (emulsão,
utilizado em laminados sintéticos) em 110%, DMF em 100% e entre outros tantos
produtos que compõem a gama de itens que formam o calçado e seus correlatos.
Todos aumentos citados comparados ao mesmo período de 2020.
A ASSINTECAL reforça que os efeitos sobre os preços são exclusivamente
do contexto de livre-mercado, afetado diretamente pela pandemia. É inviável,
por parte dos componentes, não repassar eventuais reajustes de preço aos seus
clientes, dado todo contexto apresentado anteriormente. Reforçamos ainda
possibilidade de desabastecimento de alguns produtos no mercado neste período
crítico. A entidade e seus associados acreditam na transitoriedade do período
pelo qual passamos e a recuperação do equilíbrio dos preços, retornando aos
níveis históricos, e defende ainda estímulos à economia, a indústria e a renda.
Por fim, acredita no trabalho conjunto da cadeia produtiva do calçado, que
deverá cada vez mais atuar como parceira para defesa da produção e dos empregos,
e por isso, se coloca a disposição para construção de alternativas para os
eventuais transtornos de mercado.